Pesquisa foi feita com cerca
de 4.500 adultos
Pessoas que gastam mais de
duas horas por dia de seu tempo de lazer assistindo à televisão ou sentadas de
frente para uma tela de TV ou computador têm duas vezes mais chances de
desenvolver doenças cardíacas e correm mais riscos de morrer, alertou um estudo
publicado no Journal of the American College of Cardiology.
Segundo os cientistas, o
efeito foi o mesmo independentemente de quanto as pessoas se exercitaram,
demonstrando que a forma como escolhemos passar nosso tempo livre fora do
trabalho tem grande impacto na nossa saúde. "É tudo uma questão de hábito.
Muitos de nós aprendemos a chegar em casa, ligar a TV e passar várias horas em
frente ao aparelho - é conveniente e fácil de fazer", disse Emmanuel
Stamatakis, especialista em epidemiologia e saúde pública da University College
de Londres.
"Mas fazer isto faz mal
ao coração e à nossa saúde em geral", disse Stamatakis, que juntamente com
autores de outro estudo defende a adoção de diretrizes de saúde pública para
alertar para os riscos de se permanecer inativo durante o tempo fora do
trabalho. Estes alertas são urgentes, "especialmente porque a maioria dos
adultos em idade produtiva passa longos períodos inativa enquanto viaja em
meios de transporte ou mal sentados em uma mesa de escritório ou diante do computador",
destacou o estudo.
Os pesquisadores estudaram
dados de 4.512 adultos que participaram da Pesquisa Escocesa sobre Saúde
domiciliar. A informação sobre o tempo gasto em frente a telas de TV e
monitores de computador veio de dados passados pelos entrevistados sobre seus
hábitos em relação a TV e DVD, uso de computador nos horários de lazer e uso de
vídeo games.
Quando os cientistas
compararam os dados das pessoas que disseram ter gasto menos de duas horas por
dia de seu lazer em frente a uma tela de computador ou de TV àquelas que
passaram quatro ou mais horas por dia, eles descobriram um risco 48% maior de
morte de qualquer causa.
Entre aqueles que passaram
duas ou mais horas por dia diante de monitores depois do trabalho, eles também
descobriram um risco 125% maior de que venham a sofrer problemas
cardiovasculares, como o ataque cardíaco. "Estas associações foram
independentes dos tradicionais fatores de risco, como o tabagismo, a
hipertensão, o índice de massa corporal, a classe social, bem com (a prática ou
não de) exercícios", ressaltou o estudo.
No entanto, os cientistas
conseguiram fazer associações entre os níveis de inflamação e o colesterol em
pessoas sedentárias. "Um quarto das associações entre o tempo gasto diante
de um monitor e problemas cardiovasculares se explicou coletivamente pela
proteína C-reativa (PCR), o índice de massa corporal e colesterol da
lipoproteína de alta densidade", destacou o estudo.
A PCR, um indicador de
inflamação de nível baixo, foi duas vezes mais elevada em pessoas que passaram
mais de quatro horas de seu tempo livre por dia em frente a um monitor, em
comparação com pessoas que passaram menos de duas horas por dia. Stamatakis
disse que pretende continuar a estudar de que forma as horas que passamos
sentados impactam a saúde humana e como mudanças no estilo de vida podem ser
defendidas para reduzir o tempo em que as pessoas passam inativas.
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