sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A Atual Relação Entre Crianças e TVs


Segundo o britânico Aric Sigman, as telas trabalham hoje como babás eletrônicas

As crianças de hoje vivem cercadas por, aproximadamente, cinco telas, entre televisores, computadores, vídeo games, celular e tablets. Com toda essa tecnologia ao alcance dos pequenos, o britânico Aric Sigman abre um debate sobre os problemas que podem ser causados no desenvolvimento das crianças e, por isso, os pais devem limitar o uso desses dispositivos na infância até, pelo menos, os três anos de idade.

De acordo com entrevista publicada pela “Archives of Disease in Childhood”, Sigman, um assíduo nos meios de comunicação quando se trata em falar sobre assuntos relacionados à psicologia infantil, diz que muitos pais usam a televisão como babá eletrônica. De acordo com estatísticas citadas por ele, adolescentes britânicos passam uma média de seis horas por dia assistindo à TV. O britânico relaciona ainda o sedentarismo a problemas de obesidade e cardíacos, e lembra que o hábito de assistir TV, ficar no computador, celulares ou vídeo game começam cada vez mais cedo.

Em sua opinião, as autoridades europeias deveriam tomar medidas rigorosas, ou pelo menos dar recomendações desaconselhando o uso da televisão entre os menores, como têm feito países como EUA, Austrália e Canadá. Os pediatras canadenses, por exemplo, aconselham os pais a não colocarem TV no quarto dos filhos, enquanto os americanos garantem que não há nenhum benefício conhecido derivado de assistir à TV antes dos dois anos de idade.

Segundo relatório apresentado pelo Sigman esse ato não é apenas uma questão de estilo de vida sedentário, mas assistir televisão pode prejudicar o desenvolvimento social dos pequenos, que devem, acima de tudo, jogar com seus pais e interagir face a face não com uma tela. De acordo com ele, esse é um passo chave na formação do seu cérebro infantil. Sigman recomenda ainda que as crianças, a partir dos sete anos, devem ter acesso a apenas meia hora de TV.

Embora haja algum acordo na comunidade científica sobre os perigos da televisão e inatividade de espectadores jovens, o limite ao acesso proposto por Sigman gerou polêmica. 

Em entrevista ao “The Guardian”, alguns psicólogos infantis lembraram que Sigman não tem formação específica no assunto e que seus comentários não são baseados em suas próprias investigação e sim em publicações anteriores sobre o assunto.

— É importante colocar essa atividade no contexto da vida da criança — garantiu Louise Arsenault, do “Instituto de Psiquiatría”.

Para Lynne Murray, da “Universidad de Reading”, “os efeitos nocivos da TV podem ser minimizado se os pais interagirem com os filhos e passarem a ver a televisão de uma forma ativa”.


(O Globo)

Obs: Destaques em negrito da minha parte.

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