Dentre muitas mensagens de despertamento que o Senhor tem usado nos últimos anos para lapidar o meu caráter, a mensagem sobre a música tem tido um papel de destaque. Por muitos anos estive envolvido de alguma forma no ministério da música na IASD, cantando, tocando ou operando o áudio. Porém durante todo esse tempo desconheci os efeitos causados pela música sobre a nossa mente e corpo.
Ao associar o preceito de que a mente é o meio em que Deus usa para se comunicar conosco ao preceito de que determinadas músicas afetam a nossa mente, passei a entender que devemos ser muito criteriosos na seleção das músicas que usamos para louvar ao Senhor (iremos tratar melhor deste assunto num próximo post), pois elas podem atrapalhar nossa comunicação plena com o Ele.
Neste post selecionei uma matéria um pouco antiga do jornal O Globo, que descreva um estudo cientifico realizado por um grupo de pesquisa da faculdade de oncologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bastante esclarecedor sobre os efeitos da música.
A estratégia, que parece estranha à primeira vista, busca encontrar
formas mais eficientes e menos tóxicas de combater o câncer: em vez de
radioterapia, um dia seria possível pensar no uso de frequências sonoras. O
estudo inovou ao usar a musicoterapia fora do tratamento de distúrbios
emocionais.
- Esta terapia costuma ser adotada em doenças ligadas a problemas
psicológicos, situações que envolvam um componente emocional. Mostramos que,
além disso, a música produz um efeito direto sobre as células do nosso organismo
- ressalta Márcia Capella, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho,
coordenadora do estudo.
Como as MCF-7 duplicam-se a cada 30 horas, Márcia esperou dois dias
entre a sessão musical e o teste dos seus efeitos. Neste prazo, 20% da
amostragem morreu. Entre as células sobreviventes, muitas perderam tamanho e
granulosidade.
O resultado da pesquisa é enigmático até mesmo para Márcia. A composição
"Atmosphères", do húngaro György Ligeti, provocou efeitos semelhantes
àqueles registrados com Beethoven. Mas a "Sonata para 2 pianos em ré
maior", de Wolfgang Amadeus Mozart, uma das mais populares em musicoterapia,
não teve efeito.
- Foi estranho, porque esta sonata provoca algo conhecido como o
"efeito Mozart", um aumento temporário do raciocínio espaço-temporal
- pondera a pesquisadora. - Mas ficamos felizes com o resultado. Acreditávamos
que as sinfonias provocariam apenas alterações metabólicas, não a morte de
células cancerígenas.
"Atmosphères", diferentemente da "Quinta Sinfonia",
é uma composição contemporânea, caracterizada pela ausência de uma linha
melódica. Por que, então, duas músicas tão diferentes provocaram o mesmo
efeito?
Aliada a uma equipe que inclui um professor da Escola de Música
Villa-Lobos, Márcia, agora, procura esta resposta dividindo as músicas em
partes. Pode ser que o efeito tenha vindo não do conjunto da obra, mas
especificamente de um ritmo, um timbre ou intensidade. A próxima etapa da
pesquisa é a exposição a samba e funk.
Quando conseguir identificar o que matou as células, o passo seguinte
será a construção de uma sequência sonora especial para o tratamento de
tumores. O caminho até esta melodia passará por outros gêneros musicais.
- Ainda não sabemos que música e qual compositor vamos usar. A
quantidade de combinações sonoras que podemos estudar é imensa - diz a
pesquisadora.
Outra via de pesquisa é investigar se as sinfonias provocaram outro tipo
de efeito no organismo. Por enquanto, apenas células renais e tumorais foram
expostas à música. Só no segundo grupo foi registrada alguma alteração.
A pesquisa também possibilitou uma conclusão alheia às culturas de
células. Como ficou provado que o efeito das músicas extrapola o componente
emocional, é possível que haja uma diferença entre ouví-la com som ambiente ou
fone de ouvido.
- Os resultados parciais sugerem que, com o fone de ouvido, estamos nos
beneficiando dos efeitos emocionais e desprezando as consequências diretas,
como estas observadas com o experimento - revela Márcia.
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